Thierry Henry
Thierry Daniel Henry (Les Ulis, 17 de agosto de 1977) é um ex-futebolista francês que atuou como atacante.
Henry obteve grande sucesso e o auge de sua carreira como jogador do Arsenal. Após uma chegada sem grande alvoroço, em agosto de 1999, vindo de uma fraca temporada na Juventus, pouco se esperava do francês por parte dos torcedores ingleses. No entanto, o atacante teve uma adaptação muito rápida ao estilo de jogo do futebol inglês, que muito se parece ao dele, de rápidos contra-ataques e eficientes conclusões. Em pouco tempo, Henry já havia se firmado como principal artilheiro da equipe, e assim foi em todas as suas temporadas pelo clube, sempre com um número superior a 20 gols por temporada (à exceção da temporada 2006-07, quando esteve por muito tempo machucado).
Seu mentor e treinador Arsène Wenger transformou-o no principal jogador da equipe e, alguns anos após sua chegada, tornou-se o maior artilheiro da história do clube, com 226 gols (229, após o período em que esteve emprestado ao clube em janeiro de 2012). Com os Gunners, Henry venceu duas vezes a Premier League, três vezes a FA Cup e mais duas a FA Community Shield. Nas suas duas últimas temporadas pelo Arsenal, tornou-se também o capitão do time e o levou à final da Liga dos Campeões de 2005-06, onde acabou derrotado pelo Barcelona. Ironicamente, em junho do ano seguinte, após oito anos vestindo a camisa do Arsenal, Henry transferiu-se exatamente para o clube espanhol.
No Barça, já na casa dos 30 anos de idade, o francês não conseguiu repetir as fantásticas atuações que protagonizara nos campos ingleses. As explosivas arrancadas já não aconteciam mais e, jogando muitas vezes como um ponta, já que a vaga de centroavante era muitas vezes ocupada por Samuel Eto'o, Henry não obteve sucesso, e chegou a ser preterido ao banco de reservas. Apesar de tecnicamente sua passagem pelo Barcelona não se aproximar à fase vivida no Arsenal, Henry fez parte do elenco campeão da Liga dos Campeões de 2008-09, a primeira de sua carreira.
Em julho de 2010, sem grandes pretensões no Barcelona, Henry aceitou a proposta para jogar no futebol dos Estados Unidos, que buscava grandes estrelas para divulgar o seu campeonato nacional, a Major League Soccer, ainda sem expressão frente aos grandes campeonatos do mundo. O francês foi contratado pelo New York Red Bulls, e tornou-se o principal nome da MLS ao lado de David Beckham, que também havia sido contratado três anos antes pelos estadunidenses para atuar pelo Los Angeles Galaxy.
Em janeiro de 2012, o francês retornou ao clube que o consagrou num curto período de empréstimo de dois meses, antes do início da liga estadunidense, já que esta possui um calendário diferente dos campeonatos europeus. O empréstimo, apesar de curto, foi o bastante para trazer ainda mais admiração dos torcedores ingleses. A estreia não poderia ter sido melhor: vindo do banco de reservas, Henry marcou um importante e único gol do jogo, que garantiu a vitória e a classificação ao Arsenal na Copa da Inglaterra.
Com a Seleção Francesa, Henry venceu a Copa do Mundo de 1998, a Euro 2000 e a Copa das Confederações de 2003. É também o maior artilheiro da história da seleção.
Foi por duas vezes o 2° colocado na eleição de Melhor jogador do mundo pela FIFA, em 2003 e 2004, perdendo para Zinédine Zidane e Ronaldinho Gaúcho, respectivamente.
Infância e juventude
Henry nasceu e cresceu no bairro de Les Ulis, Essonne, uma cidade com boas instalações para futebolistas, onde jogou por clubes locais como junior e mostrou grande potencial. É de descendência das Pequenas Antilhas; seu pai, Antoine, é de Guadeloupe, e sua mãe é da Martinica.
Em 1983, com seis anos, Henry mostrou um ótimo potencial, que levou Claude Chezelle a recrutá-lo para jogar no CO Les Ulis, clube local. Cinco anos depois, Henry jogou sua primeira partida pelo clube. Seu pai o pressionava para treinar, apesar do jovem não ser muito fã de futebol à época. Em 1989, Henry foi jogar no US Palaiseau, mas um ano depois ele se mudou ao Viry-Châtillon e ficou lá dois anos. O treinador do US Palaiseau, Jean-Marie Panza, acompanhou Henry no Viry-Châtillon, o que levaria a Panza ser nomeado como mentor de Henry no futuro.
Em 1990, o Monaco mandou o olheiro Arnold Catalano observar o garoto de treze anos. No jogo assistido, Henry marcou todos os seis gols da vitória de seu time por 6-0. Catalano fez uma proposta a Henry para jogar no Mónaco, sem nem mesmo ele fazer um teste no clube, e pediu que Henry terminasse os estudos em Clairefontaine, mas o diretor foi relutante em aceitar o pedido devido às más notas de Henry no colégio. Apesar disso, Henry obteve a permissão de completar os estudos, levando-o a conhecer Arsène Wenger, ainda como juvenil do Mónaco.
Clubes
O início
Subsequentemente, Henry assinou um contrato profissional com o Mónaco, e sua estreia ocorreu em 1995. Wenger colocou Henry a jogar como meia-esquerda, devido ao seu bom ritmo de jogo, controle de bola e habilidade, ele jogaria bem contra laterais, mais até do que contra zagueiros. Em suas quatro temporadas pelo Mónaco, Henry marcou 28 gols em 141 jogos, e ajudou o clube a vencer a Ligue 1 em 1996-97.
A boa forma de Henry continuou na temporada 1998-99, quando o clube alcançou a semifinal da UEFA Champions League. Após o destaque nesta temporada, Henry deixou o Mónaco e foi para o clube da italiano da Serie A, a Juventus, por 10,5 milhões de libras em janeiro de 1999 um ano antes de David Trézéguet, seu companheiro de seleção. Na Itália, Henry não conseguiu se adaptar à forma defensiva de jogo, e permaneceu por apenas uma temporada na Juve, marcando apenas três gols em 16 jogos.
Arsenal
Sem sucesso na Itália, Henry transferiu-se em agosto de 1999 para o Arsenal, por 11 milhões de libras, e passou novamente a ter Arsène Wenger como treinador.
Contratado como um substituto de Nicolas Anelka, que havia saído do clube, foi imediatamente posto como atacante, o que trouxe grande desconfiança sobre Henry. Inicialmente ele foi questionado sobre sua adaptação ao estilo inglês de jogo, por não ter marcado nenhum gol em seus oito primeiros jogos. Apesar das desconfianças iniciais, Henry concluiu sua primeira temporada no Arsenal com um total de 26 gols em 47 jogos, entretanto, a temporada terminou de forma frustrante para os londrinos, que haviam perdido o título da UEFA Cup para o Galatasaray.
Após o título da Euro 2000 com a França, sua segunda temporada pelo Arsenal provou que Henry seria uma das maiores descobertas do clube. Apesar de ter marcado menos gols que em sua temporada de estreia, foi o artilheiro da equipe, que teve um dos melhores ataques de toda a liga nesta temporada.
A afirmação veio na temporada seguinte, 2001-02, Henry marcou 32 gols em todas as competições e conquistou de uma vez só os seus três primeiros títulos pelo clube: a Premier League, a FA Cup e a FA Community Shield.
O auge
A temporada 2002-03 foi novamente produtiva para Henry que, depois de ter ficado em 2° lugar na eleição de melhor jogador do mundo pela FIFA em janeiro, terminou a temporada com 32 gols e 24 assistências em todas as competições. Conquistou novamente a FA Cup, onde foi nomeado o melhor do jogo na final.
Foi o principal jogador do Arsenal em 2003-04, temporada histórica para o clube, que conquistou a Premier League de forma invicta. Destacando-se juntamente a Dennis Bergkamp e Robert Pirès, Henry assegurou para o Arsenal a marca de primeiro time em mais de um século a vencer a liga sem nenhuma derrota, e sagrou-se pela segunda vez campeão do torneio desde sua chegada ao clube. Conquistou a Chuteira de ouro da UEFA, prêmio destinado ao jogador com mais gols marcados em toda a Europa, ao marcar um total de 39 gols em todas as competições, sendo 30 deles pela liga. Esta foi sem dúvida a melhor temporada de Henry em toda a sua carreira e, na Inglaterra, a opinião da grande maioria era que, depois de um ano com atuações espetaculares e a implacável campanha do Arsenal nesta temporada, desta vez Henry seria eleito o melhor jogador do mundo da FIFA sem muitas dificuldades. Porém, o francês acabou novamente ficando com o 2° lugar, sendo superado por Ronaldinho Gaúcho, que também vivia o auge de sua carreira e encantava o mundo com seu futebol bonito no Barcelona.
A temporada 2004-05 foi marcada pela perda do título nacional para o Chelsea, embora o Arsenal tenha novamente vencido a FA Cup. Com 30 gols marcados, sendo 25 pela Premier League, faturou novamente a Chuteira de ouro da UEFA, desta vez empatado com Diego Forlán.
A partida do compatriota é até então capitão da equipe Patrick Vieira durante a janela de transferências do verão europeu de 2005 significou que Henry seria agora o novo capitão. Juntamente com a responsabilidade de ser o artilheiro da equipe, ele seria o responsável por liderar um time muito jovem durante a temporada 2005-06. Precisamente em 17 de outubro de 2005, Henry se tornou o maior artilheiro de todos os tempos do Arsenal com os dois gols anotados contra o Sparta Praga, pela UEFA Champions League, e assim quebrando o recorde de Ian Wright, que marcou 185 gols. Em 1 de fevereiro de 2006, ele marcou um gol no West Ham, fazendo seu gol número 151 no Campeonato Inglês e quebrando o recorde histórico de gols pela Liga nacional, que pertencia a Cliff Bastin. Ainda assim, o Arsenal não conseguiu vencer a liga novamente, mas alguma esperança restava na Champions League, já que os Gunners seriam finalistas do torneio. Porém, o jogo da grande final foi frustrante para os ingleses, que acabaram perdendo para o Barcelona de virada por 2-1, sofrendo o 2° gol a poucos minutos do fim.
Essa derrota, combinada com duas temporadas sem o título da Premiership, trouxe muita especulação sobre a saída de Henry. No entanto, ele declarou lealdade e amor ao clube, assinando uma renovação de contrato por mais quatro anos. Ele ainda afirmou novamente que recusaria a proposta do Barcelona, tendo em vista seu amor pelo Arsenal. O vice-presidente do clube, David Dein, afirmou mais tarde que o clube recusara duas ofertas de 50 milhões de libras vindas do clube espanhol, antes de Henry ele assinar seu novo contrato. Se a transferência fosse realizada, o recorde de 47 milhões de libras pagos pelo Real Madrid por Zinedine Zidane seria quebrado.
A temporada 2006-07 de Henry foi marcada por muitas lesões, algo que nunca havia acontecido com tanta frequência em sua passagem pelo Arsenal. Finalizou a temporada com 12 gols em 27 jogos, sendo 10 pela Premier League, incluindo gols contra o campeão Manchester United, em 21 de janeiro de 2007. A temporada acabou para Henry em 7 de março de 2007, devido à piora de lesões já existentes. No começo se pensava que ele perderia algumas semanas, mas exames revelaram que ele precisaria de três meses para total recuperação, perdendo o restante da temporada. Wenger atribuiu as lesões de Henry à exaustiva temporada 2005-06.
Esta havia sido a pior temporada do francês pelos Gunners, e as especulações sobre sua saída eram cada vez maiores. Mesmo com a recente renovação de contrato, o Barcelona continuava interessado e disposto a pagar a sua multa rescisória, e parecia o destino mais provável do jogador. Finalizou assim sua fantástica passagem pelos Gunners, onde alcançou o auge de sua carreira e marcou um total de 226 gols em 369 jogos, se tornando o maior artilheiro do clube em todos os tempos.
Semanas após sua saída, em uma carta aberta ao The Sun, Henry disse que estava incerto sobre o futuro de Arsène Wenger no Arsenal, e este provavelmente pode ter sido um dos grandes motivos de sua saída.
Barcelona
Em 25 de junho de 2007, aconteceu o que já era esperado, e Henry foi contratado pelo Barcelona numa transferência polêmica. Os espanhóis pagaram 24 milhões de euros (cerca de 16 milhões de libras) por um contrato de quatro anos. Henry receberia cerca de 7 milhões de euros por temporada, e o contrato possuía ainda uma cláusula de rescisão de 125 milhões de euros. No Barcelona, recebeu a camisa 14, número que já usava no Arsenal e que no Barça pertenceu a Johann Cruyff.
Marcou seu primeiro gol em 19 de setembro de 2007, numa vitória por 3-0 sobre o Lyon na fase de grupos da UEFA Champions League. Seu primeiro hat-trick veio num jogo contra o Levante, dez dias depois. Concluiu sua primeira temporada pelo Barcelona com 19 gols, sendo 12 deles pela liga.
Seu primeiro título viria na temporada seguinte, 2008-09, quando o Barcelona venceu o Athletic Bilbao na final da Copa del Rey. O Barça faturou também a La Liga e a UEFA Champions League, título que Henry almejou em muitos anos de Arsenal. Ainda em 2009, os espanhóis venceram a Supercopa de España, a UEFA Super Cup e o Mundial de Clubes, faturando assim todos os seis títulos que disputou, uma marca histórica para o clube.
Decadência
Suas poucas temporadas atuando pelo clube catalão provaram que Henry não repetiria ali suas grandes atuações pelo Arsenal. Passando por uma nítida decadência em sua carreira, durante a temporada 2009-10, sua terceira pelo Barça, o francês perdeu sua vaga no time titular, sendo preterido por Josep Guardiola devido ao espanhol Pedro, que havia subido das categorias de base e conquistou rapidamente a torcida em suas primeiras partidas. Finalizou sua última temporada no clube com frustrantes quatro gols em 32 jogos, sendo 21 deles pela La Liga.
Agora reserva e pouquíssimo utilizado por Pep Guardiola, após o retorno da Copa do Mundo de 2010, entrou em acordo com o Barcelona e foi dispensado.
New York Red Bulls
Em 14 de julho de 2010, Henry acertou sua ida para o New York Red Bulls, que joga a Major League Soccer dos Estados Unidos. Durante sua primeira entrevista como jogador do New York, anunciou que não jogaria mais pela Seleção Francesa.
Sua estreia pelo clube americano aconteceu no dia 22 de julho de 2010, num amistoso contra o Tottenham Hotspur, da Inglaterra. Apesar de marcar um gol, sua equipe acabou derrotada por 2-1. Devido a sua vitoriosa carreira, Henry tem sido o principal protagonista no Red Bulls, que não conta com outras estrelas do seu porte. Entretanto, finalizou sua primeira temporada, a de 2010, com um desempenho ainda muito abaixo do esperado, marcando apenas dois gols em doze jogos.
Em janeiro de 2011, esteve novamente no Arsenal para treinamentos, visando manter a forma durante as férias da MLS. Já durante a temporada, apresentou-se numa melhor forma em relação ao seu ano de estreia no clube. Marcou gols contra o San José Earthquakes, numa vitória por 3-0 em 16 de abril,Los Angeles Galaxy, de David Beckham, num empate por 1-1 em 7 de maio, e contra o Chivas USA, em 15 de maio. Nesta partida, entretanto, o New York terminou derrotado por 3-2. Finalizou a temporada 2011 da MLS com um total de 14 gols em 26 jogos, além de mais um gol pelos playoffs da MLS Cup.
Em 26 de outubro de 2013, conquistou a MLS Supporters' Shield pelo New York Red Bulls.
Empréstimo ao Arsenal
Em janeiro de 2012, foi confirmado o retorno de Henry ao Arsenal por empréstimo. O francês permanecerá no clube londrino até março (período das férias da Major League Soccer estadunidense), e chega para suprir as vagas do marfinense Gervinho e do marroquino Marouane Chamakh, que desfalcarão a equipe durante a Copa das Nações Africanas de 2012. O francês foi oficialmente apresentado em 6 de janeiro, quando voltou a vestir a camisa dos Gunners após cinco anos.
Após apenas três dias de sua apresentação, Henry fez sua reestreia com a camisa do Arsenal em 9 de janeiro, no jogo contra o Leeds United, válido pela Copa da Inglaterra. Entrou aos 22 minutos do segundo tempo, quando o jogo estava empatado e sem gols, e apenas 11 minutos depois, aos 33, após receber belo passe de Song, finalizou rasteiro, no canto esquerdo do goleiro, mostrando toda a sua categoria e classificando os Gunners: 1-0. Após o jogo, o extasiado treinador e também francês Arsène Wenger, principal motivador do retorno de Henry ao clube onde tornou-se ídolo, classificou o gol em plena ocasião de reestreia "como um sonho". Seu primeiro gol pela Premier League veio no dia 4 de fevereiro, após novamente vir do banco de reservas, Henry marcou o último tento da goleada por 7-1 sobre o Blackburn Rovers, já nos acréscimos do segundo tempo.
Em 11 de fevereiro, já em seu último jogo pela Premier League 2011-12 durante o curto período de empréstimo, Henry foi mais uma vez protagonista. Após vir novamente do banco de reservas aos 21 minutos do segundo tempo, Titi (como é carinhosamente apelidado pelos torcedores Gunners) marcou o gol que sacramentou a vitória do Arsenal por 2-1 contra o Sunderland já nos acréscimos da partida. A despedida de Henry pelo Arsenal, aconteceu na partida contra o Milan, em jogo válido pelas oitavas-de-final da UEFA Champions League. Tal despedida acabou sendo frustrante para Henry, que viu o Arsenal, clube que o consagrou durante sua carreira, ser derrotado por 4-0 em Milão. No dia seguinte, o francês retornou a Nova York para os preparativos visando a temporada da Major League Soccer estadunidense.
Retorno pós-empréstimo
Em seu retorno após o empréstimo ao Arsenal, Henry iniciou a temporada 2012 da MLS de forma espetacular, marcando oito gols nas sete primeiras partidas do campeonato, incluindo um hat-trick na vitória por 5-2 sobre o Montreal Impact, além de uma belíssima assistência de calcanhar para outro gol, e mais dois na vitória por 4-1 contra o Colorado Rapids. Com este expressivo número de gols logo nas primeiras rodadas, o francês rapidamente assumiu a artilharia do campeonato.
Em 1º de dezembro de 2014, anunciou oficialmente que não retornará à equipe em 2015, e dias depois, anunciou em sua conta pessoal no Facebook sua aposentadoria do futebol, e iniciando a atividade de comentarista de futebol em Londres.
Seleção Francesa
Em junho de 1997, Henry foi recompensado pelo bom futebol que apresentava no Monaco com uma convocação para a Seleção Francesa Sub-20, onde jogou o Mundial Sub-20 ao lado de seus futuros companheiros de clube William Gallas e David Trézéguet.
Quatro meses depois, o então treinador da Seleção Francesa, Aimé Jacquet, convocou Henry ao time principal. Sua estreia foi contra a África do Sul em 11 de outubro de 1997, numa vitória por 2-1 dos franceses. Jacquet ficou tão impressionado que o convocou para a Copa do Mundo de 1998, onde Henry foi o artilheiro francês da Copa com três gols. Ele estava certo de jogar a final — onde a França venceu o Brasil por 3-0 —, mas a expulsão de Marcel Desailly forçou uma substituição para deixar o time mais defensivo. Apesar distou, fixou-se entre os principais jogadores da trajetória dos Bleus rumo ao seu primeiro título mundial.
Dois anos depois, Henry fez parte do time francês para a Euro 2000, e novamente marcou três gols, sendo o artilheiro da França. Na final, o time francês acabou por derrotar a Seleção Italiana e Henry ganhou seu segundo título importante pela seleção.
No entanto, a Copa do Mundo de 2002 foi uma decepção para os franceses, visto que, apontados como um dos grandes favoritos após o título em 1998, foram eliminados ainda na fase de grupos do torneio sem marcar ao menos um gol. Após uma frustrante estreia, quando foram derrotados por 1-0 por Senegal, que participava de sua primeira e única Copa do Mundo até hoje, Henry foi expulso na partida contra o Uruguai. A França empatou o jogo em 0-0, mas Henry deixou de participar da partida final por suspensão; a França acabou perdendo por 2-0 para a Dinamarca.
Na Copa das Confederações 2003. Sem as estrelas Zidane e Patrick Vieira, Henry teve grande participação na conquista da Seleção Francesa, sendo eleito pelo Grupo de Estudo Técnico da FIFA o homem do jogo em três das cinco partidas. Na final, ele marcou na morte súbita, o que ocasionou a vitória da França sobre a Seleção Camaronesa por 1-0. Henry recebeu a Bola de Ouro por ser o melhor jogador do torneio e a Chuteira de Ouro por ser o artilheiro, com quatro gols.
Na Euro 2004, Henry jogou todos os jogos da Seleção Francesa. A França venceu a Inglaterra na fase de grupos mas perdeu para a Grécia nas quartas-de-final por 1-0. Os gregos viriam a conquistar esta edição da Eurocopa.
Henry foi um dos titulares do time da Seleção Francesa finalista da Copa do Mundo de 2006. Ele jogou num esquema de apenas um atacante, mas após um começo de Copa ruim, ele se tornou um dos melhores jogadores do torneio ao salvar os Bleus de uma precoce eliminação ainda na primeira fase. Marcou três gols, inclusive contra o então atual campeão e favorito Brasil, após um belíssimo lançamento de Zidane, o único da partida que decretou a eliminação da seleção brasileira. No jogo entre Portugal e França nas Semi-finais Zidane marcou o único gol da partida. No entanto, a França perdeu para a Itália nos pênaltis (5-3) na final. Henry foi um dos dez indicados para a Bola de Ouro de melhor jogador do torneio, prêmio que foi dado ao seu companheiro de seleção, Zidane.
Esteve também na Euro 2008, onde a França teve uma fraca campanha, finalizando o torneio com um empate e duas derrotas.
Um ano depois, durante as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, envolveu-se na grande polêmica de sua carreira: no jogo contra a Irlanda, pela repescagem, Henry conduziu a bola com a mão antes de fazer o passe para o seu companheiro de equipe, Gallas, que completou a jogada marcando o gol da classificação. Depois da partida, Henry disse em entrevista que não teve intenção de colocar a mão na bola.
Foi convocado pelo técnico Raymond Domenech para a disputa da Copa do Mundo do ano seguinte, realizada na África do Sul e que seria a quarta Copa de sua carreira. A França, finalista da última edição do torneio, fracassou desta vez, caindo ainda na fase de grupos.
Aposentou-se oficialmente da seleção após a Copa. Em 13 anos atuando pelos Bleus, entre 1997 e 2010, Henry marcou um total de 51 gols em 123 jogos, fixando-se entre os maiores jogadores da história da França e o maior artilheiro da seleção.
Características
Apesar de jogar como atacante desde as categorias de base do Monaco, Henry passou a desempanhar a função de um ponta durante sua rápida passagem pela Juventus, em 1999. Devido a sua agilidade, técnica e rapidez, o então jovem jogador se destacava naquele setor. Quando se juntou ao Arsenal, em agosto do mesmo ano, seu novo treinador Arsène Wenger imediatamente alterou isto, escalando-o novamente como um atacante.
Inicialmente, Wenger o escalou numa função bastante ofensiva, mas diferente de um centroavante, primando não só pelas excelentes finalizações, mas pela boa movimentação, os passes, as arrancadas e o outro ponto forte de Henry: a força física. Com 1,88 m de altura, possui um bom vigor físico, fato que lhe dá vantagem nas divididas homem-a-homem. Durante a temporada 2004-05, com a saída de alguns jogadores cruciais no antigo esquema, Wenger alterou a tática do Arsenal para um 4-5-1, obrigando Henry a se adaptar novamente e agora jogar como um centroavante.
Outra razão que fez de Henry um dos mais eficazes atacantes do planeta é sua calma em jogadas de finalização em um-contra-um, especialmente contra goleiros. Isso, combinado com sua agilidade e explosão nas arrancadas, significa que, na maioria das vezes, ele consegue ser mais rápido que os zagueiros que tentam lhe marcar. Quando não está dentro da grande área, Henry costuma jogar mais pelo lado esquerdo do campo, auxiliando com muitas assistências para gol. Entre as temporadas 2002-03 e 2004-05 ele deu mais de 50 assistências total.
Outro ponto que se destaca em seu jogo são os chutes de longa e média distância. Henry possui uma excelente precisão no pé direito, especialmente em finalizações de primeira. Seu gol contra o Brasil nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2006 demonstrou isto: após um cruzamento de longa distância feito por Zinédine Zidane, Henry saltou e apenas escorou de primeira no canto, numa bola que vinha em velocidade, tirando qualquer chance de defesa do goleiro e demonstrando uma fantástica precisão. As precisas cobranças de falta também são o seu forte, vários gols encobrindo a barreira adversária foram anotados por Henry.
Henry é conhecido também por uma jogada chamada "Fake Pass", ou "Passe Falso". Neste lance, ele finge que vai chutar a bola com uma perna, mas acaba dando um passe, com a outra perna para seu companheiro.
Prêmios e recordes
Henry já recebeu vários prêmios. Foi vice em 2003 e 2004 no concurso Melhor jogador do mundo pela FIFA, perdendo para seu compatriota Zinédine Zidane e Ronaldinho Gaúcho, respectivamente. Nessas duas temporadas, venceu os dois prêmios homônimos de Futebolista Inglês do Ano, tanto o entregue pela PFA, quanto o entregue pela FWA. No prêmio da FWA, Henry foi o único a vencer por três vezes, em 2003, 2004 e 2006. Também já foi eleito o Jogador Francês do Ano por cinco vezes, um recorde. Adicionalmente, em 2004, Henry foi nomeado pela lenda do futebol Pelé como um dos jogadores do FIFA 100.
Em termos de gols marcados, Henry venceu a Chuteira de Ouro da UEFA em 2004 e 2005, neste último ano dividindo o prêmio com Diego Forlán, e foi o primeiro jogador na história a ganhar duas vezes seguidas o prêmio. Foi também o artilheiro da Premier League por quatro temporadas, em 2001-02 (24 gols), 2003-04 (30 gols), 2004-05 (29 gols) e 2005-06 (27 gols). Em 2006, ele se tornou o primeiro jogador a marcar mais de vinte gols na liga por cinco temporadas consecutivas. Henry é atualmente o terceiro jogador na lista de maiores goleadores da Premier League em todos os tempos, com um total de 174 gols, ficando atrás apenas de Alan Shearer e Andy Cole.
Pela Seleção Francesa, é o maior artilheiro de todos os tempos, com 51 gols. Além disso, desembarcou na África do Sul para a disputa da Copa do Mundo de 2010 com um total de 302 gols na carreira, sendo então, o segundo com o maior número de gols entre os 736 jogadores inscritos na competição, ficando a apenas três do uruguaio Sebastián "El Loco" Abreu, que até então tinha 305 gols.
Em 9 de dezembro de 2011, Henry foi homenageado com a inauguração de uma estátua de bronze em frente ao Emirates Stadium reproduzindo o jogador de joelhos, como costumava comemorar seus gols na época de Arsenal. Além de Henry, foram lançadas estátuas do ex-jogador Tony Adams, que em toda sua carreira de 19 anos defendeu apenas o time londrino, e do treinador Herbert Chapman, que comandou a equipe entre 1925 e 1934. O evento fez parte das comemorações dos 125 anos do clube, e o francês se emocionou durante seu discurso.
Vida pessoal
Henry foi casado com a modelo britânica Nicole Merry. O casamento ocorreu em julho de 2003. Em 27 de maio de 2005, ele celebrou o nascimento de sua primeira filha, Tea Henry. Logo após sua transferência para o Barcelona o casal anunciou o divórcio, que foi concedido em setembro de 2007.
No dia da Bastilha de 1998, foi premiado com a maior condecoração francesa, a Légion d'Honneur. Henry também é um membro do esquadrão da FIFA para a UNICEF, onde, juntamente com outros jogadores profissionais, apareceu em comerciais de TV durante as Copas do Mundo de 2002 e 2006. Nesses comerciais, os jogadores defendiam o futebol como um esporte que deveria ser jogado para o benefício de crianças.
Como fã da NBA, Henry é visto com frequência em jogos de seu amigo Tony Parker. Henry admira o basquete como um jogo similar ao futebol no entretenimento. Ele assiste regularmente às Finais da NBA, quando elas ocorrem no fim de temporada na Europa. Em 2007, ele assistiu à vitória de Tony Parker e dos Spurs. Em 2001, ele foi para a Filadélfia para assistir às finais da NBA e ajudar a televisão francesa na cobertura do evento.
Patrocinadores
Em 2006, Henry foi avaliado como o nono jogador com mais valor comercial no mundo, e também se tornou o oitavo jogador mais rico da Premier League, com um patrimônio aproximado de 21 milhões de libras. Estrelando os comerciais do Renault Clio, ele tornou popular a palavra va-va-voom, que significa vida e paixão. A palavra foi até adicionada ao dicionário Oxford de Inglês Conciso. Ele também foi parte da campanha da Nike Joga Bonito. Seu acordo com a Nike terminou após a Copa do Mundo de 2006, quando ele assinou um contrato com a Reebok para aparecer na campanha "I Am What I Am" (Eu sou o que sou). Além destes, Henry possui ainda acordos de patrocínio com a Pepsi e com a Gillette, e já estrelou vários comerciais para estas marcas. Em 2012, ele assinou um contrato com a marca de material esportivo Puma AG
Racismo
Já foi vítima de vários incidentes de racismo. O que teve mais destaque foi em 2004, quando em uma sessão de treinos da Espanha, uma equipe de televisão da Espanha flagrou Aragonés referindo-se a Henry como "black shit".
O incidente causou pressão na imprensa, que pedia a demissão de Aragonés. Henry e a Nike lançaram então a campanha Stand Up Speak Up em razão do incidente, colocando a venda pulseiras com as cores preto e branco entrelaçadas, além de camisas e outros produtos com tema semelhante.